O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (E), e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, apertam as mãos durante uma cerimônia de boas-vindas no palácio presidencial em Brasília
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (E), e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, apertam as mãos durante uma cerimônia de boas-vindas no palácio presidencial em Brasília AFP

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na segunda-feira com seu colega venezuelano Nicolás Maduro, renovando um relacionamento rompido pelo ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.

Maduro, que chegou a Brasília no domingo para uma cúpula de líderes sul-americanos, foi recebido por uma guarda de honra no palácio presidencial, onde o veterano esquerdista Lula o cumprimentou com um abraço e um tapa nas costas.

Os líderes terão duas horas de reuniões, depois presidirão uma cerimônia de assinatura de vários acordos antes de participar de um almoço em homenagem a Maduro e à primeira-dama venezuelana Cilia Flores, de acordo com a agenda oficial de Lula.

A dupla discutirá "avanços no processo de normalização das relações bilaterais", incluindo "a reabertura das embaixadas (dos países)", informou o Itamaraty em comunicado.

O Brasil cortou relações diplomáticas com o governo de Maduro sob Bolsonaro (2019-2022), que se juntou aos Estados Unidos e outros críticos ao reconhecer o líder da oposição Juan Guaidó como líder interino da Venezuela.

A decisão de Lula de reatar as relações com o governo socialista de Maduro - acusado de violações de direitos humanos e desrespeito à democracia - atraiu críticas de opositores.

"O Brasil voltou a receber ditadores sul-americanos com honras de estado", escreveu o senador da oposição Sergio Moro no Twitter.

Lula, que já liderou o Brasil de 2003 a 2010, cultivou laços estreitos com o antecessor e mentor de Maduro, Hugo Chávez.

Ele convidou Maduro para a capital brasileira junto com o restante dos líderes da América do Sul para um "retiro" na terça-feira com o objetivo de reiniciar a cooperação regional. Será a primeira cúpula regional em quase uma década.

"Sou grato pela recepção calorosa que recebemos em Brasília", tuitou Maduro no domingo.

Outros nove líderes sul-americanos também devem participar da cúpula. A única ausência esperada é a da presidente peruana Dina Boluarte.