Do Kwon, o desgraçado cofundador e CEO da empresa de blockchain Terraform Labs, supostamente enviou milhões para um importante escritório de advocacia sul-coreano antes da queda espetacular da chamada stablecoin algorítmica TerraUSD (UST) e do token nativo LUNA, provocando especulações que o executivo estava ciente do colapso iminente da empresa.

Os promotores sul-coreanos que lidam com a investigação do blockchain quebrado Terraform Labs descobriram recentemente transações que, de acordo com a mídia coreana local e a emissora nacional KBS, podem ter sugerido que Kwon estava ciente do colapso iminente de sua empresa.

Pouco antes do colapso dos criptoativos da empresa, Kwon supostamente enviou 9 bilhões de won, ou aproximadamente US$ 7 milhões, para um importante escritório de advocacia sul-coreano, Kim & Chang.

Todo o valor citado pela mídia coreana foi supostamente transferido para o escritório de advocacia por um período de alguns meses.

Essa decisão foi sinalizada pelos promotores como um movimento calculado e deliberado, o que sugere que Kwon não apenas estava ciente do possível colapso da empresa, mas também antecipava problemas legais, de acordo com a mídia local.

Os promotores, que atualmente estão investigando para descobrir mais sobre as atividades de Kwon, vincularam sua má intenção de pagar antecipadamente o escritório de advocacia ao caso de fraude em andamento que estão construindo contra o CEO de cripto em apuros atualmente detido em Montenegro por posse de documentos falsos.

Os promotores também acreditam que, se conseguirem provar que os recursos transferidos para o escritório de advocacia são provenientes de processos criminais, poderão ser congelados e eventualmente apreendidos.

O mesmo escritório de advocacia que recebeu o suposto pré-pagamento de US$ 7 milhões, supostamente enviou advogados a Montenegro alguns dias antes para se encontrar com Kwon e o diretor financeiro da Terraform Labs, Han Chang-joon, informou a KBS, citando pessoas familiarizadas com o assunto como a fonte de Informação.

Kwon foi acusado pelos promotores dos EUA de planejar uma fraude criptográfica de anos que limpou pelo menos cerca de US$ 40 bilhões (em valor de mercado) em investimentos. Ele enfrenta acusações semelhantes em seu país natal, a Coreia do Sul.

A Terra quebrou em maio do ano passado e desencadeou uma série de eventos que levaram ao fechamento e à declaração de falência do Capítulo 11 de alguns negócios de criptomoedas.

Kwon é uma figura popular no espaço criptográfico e suas entrevistas anteriores revelaram seu talento para falar duas vezes e evitar suavemente dar a resposta certa. Ele ganhou as manchetes no mês passado quando as autoridades montenegrinas anunciaram sua captura no aeroporto de Podgorica, em Montenegro, enquanto tentava deixar o país para Dubai usando documentos supostamente falsos.

Tanto os Estados Unidos quanto a Coreia do Sul já solicitaram a extradição de Kwon de Montenegro.

A decisão de onde Kwon será extraditado está agora nas mãos de um juiz montenegrino, segundo o ministro da Justiça do país.

No entanto, ele deve primeiro cumprir pena nos Bálcãs se for considerado culpado de viajar usando documentos falsos.

Na semana passada, a Binance, uma das maiores plataformas centralizadas de troca de criptomoedas do mundo, confirmou que havia respondido a uma solicitação dos promotores em relação a Kown, mas não pôde fornecer mais detalhes porque a questão faz parte de uma investigação em andamento.

"Fornecemos às autoridades coreanas [policiais] a assistência solicitada", disse o porta-voz da plataforma.

Do Kwon é preso em Podgorica
IBTimes US