O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se reuniu com o presidente dos EUA, Joe Biden, durante o G7 em maio
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se reuniu com o presidente dos EUA, Joe Biden, durante o G7 em maio AFP

A Dinamarca sedia no sábado uma reunião organizada pela Ucrânia reunindo várias nações - incluindo aquelas que permaneceram neutras sobre a invasão russa - para discutir um caminho para a paz.

Poucos detalhes vazaram sobre a reunião. No entanto, uma autoridade ocidental falando sob condição de anonimato disse que o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, compareceria.

A reunião em Copenhague visa discutir formas de alcançar uma "paz justa e duradoura" na Ucrânia, disse a fonte.

Os convidados incluem altos funcionários de segurança dos Estados Unidos, União Europeia e outros países que apoiaram a Ucrânia desde a invasão da Rússia no ano passado, bem como aqueles que não condenaram a invasão, acrescentou a fonte.

Eles não especificaram quais países.

"Trabalhamos muito duro dentro (do) G7 em uma fórmula de paz", disse uma fonte diplomática europeia, também falando sob condição de anonimato.

"Portanto, a ideia é ir além disso e envolver atores-chave como Brasil e Índia. Esperamos francamente e desejamos que a China esteja lá."

A reunião foi relatada pela primeira vez pelo Financial Times do Reino Unido.

Ele citou fontes familiarizadas com os planos dizendo que a reunião pode incluir autoridades do Brasil, Índia e África do Sul, embora a lista de participantes não tenha sido finalizada.

Esses três estados, junto com a China, fazem parte do bloco BRICS com a Rússia e não se juntaram ao Ocidente nas sanções a Moscou.

O Financial Times citou uma fonte dizendo que Kiev pediu a Washington para encorajar o Brasil, a Índia e a África do Sul a comparecer, assim como a China e a Turquia - um membro da OTAN que manteve bons laços com a Rússia.

Em entrevista coletiva na manhã de sábado, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse que seu assessor de política externa Celso Amorim estava "neste momento" em Copenhague "onde participava de uma reunião com vários outros países para tentar iniciar negociações de paz".

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, visitou Washington na quinta-feira, onde disse em uma declaração conjunta com o presidente dos EUA, Joe Biden, que apoiava a "integridade territorial" da Ucrânia.

Espera-se que as discussões na Dinamarca sejam informais, sem uma declaração oficial resultante.

Mas eles são vistos como um marco no caminho para uma cúpula de paz organizada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A data ainda não foi marcada para esta cúpula, que pode ser realizada em Copenhague ou Paris nos próximos meses, mas a UE disse que uma preparação "substancial" é necessária.

"Consideramos fundamental ter o maior apoio possível da comunidade internacional", disse o diplomata europeu.

A obtenção de novo apoio é crucial para Kiev, cuja contra-ofensiva, que começou no início de junho, teve até agora apenas ganhos modestos.

Esta semana, doadores estrangeiros em uma conferência internacional em Londres prometeram 60 bilhões de euros (US$ 66 bilhões) em novo apoio financeiro para a reconstrução da Ucrânia.