Presidente Lula visita a Itália
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se encontra com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, durante visita oficial, em Roma, Itália, 21 de junho de 2023. Presidência da Itália/Folheto via REUTERS ATENÇÃO EDITORES - ESTA IMAGEM FOI FORNECIDA POR TERCEIROS/Foto de arquivo. Reuters

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na quinta-feira que a União Europeia deve parar de adotar uma postura protecionista se quiser chegar a um acordo comercial há muito adiado com o bloco do Mercosul.

A UE e o bloco do Mercosul formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai concluíram as negociações em 2019, mas o acordo está suspenso devido a preocupações com o desmatamento da Amazônia e o compromisso do Brasil com a ação contra as mudanças climáticas.

Lula, eleito no ano passado, prometeu reformular a política climática de seu país.

A Comissão propôs anexar um anexo ao acordo para mostrar os compromissos sobre desmatamento e outras áreas de sustentabilidade e aguarda a resposta do Mercosul.

"A carta adicional que a UE enviou ao Mercosul é inaceitável porque pune qualquer país que não cumpra o Acordo de Paris", disse Lula em coletiva de imprensa no último dia de sua viagem à Itália. "Nem eles (UE) cumpriram o Acordo de Paris.

Lula disse que o bloco do Mercosul está preparando sua resposta e pediu aos países da UE que sejam mais "sensíveis e humildes".

Lula viajará em seguida para a França e deverá se encontrar com o presidente Emmanuel Macron.

A França disse que está esperando para ver se o retorno de Lula ao poder permitirá o progresso nas questões climáticas e de desmatamento que permanecem linhas vermelhas para Paris em qualquer acordo comercial UE-Mercosul.

"Pretendo conversar com...Marcron porque a França é muito dura na defesa de seus interesses agrícolas...é maravilhoso que eles defendam a agricultura deles, mas eles têm que entender que os outros também têm o direito de defender os deles", disse Lula.

Ele acrescentou: "É importante que todos abandonem seu protecionismo para que possamos construir a possibilidade de um acordo que melhore a situação da UE e da América do Sul".

No início deste mês, a Comissão disse que seria imprudente renegociar partes de seu proposto acordo de livre comércio com o Brasil e outros países do bloco Mercosul, uma vez que levou duas décadas para chegar a um acordo inicial.

Tanto o Brasil quanto a Comissão Européia esperam finalizar o comércio até o final do ano.