Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fala a correspondentes estrangeiros em Brasília em 2 de agosto de 2023
Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fala a correspondentes estrangeiros em Brasília em 2 de agosto de 2023 AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quarta-feira que "o mundo deve ajudar" o Brasil a proteger a Amazônia, antes de uma cúpula na próxima semana sobre a maior floresta tropical do mundo, um amortecedor chave contra a mudança climática.

"Sabemos que temos a responsabilidade de convencer o mundo de que investir é barato quando se trata de salvar a floresta tropical", disse o veterano esquerdista em um café da manhã com a AFP e outros meios de comunicação internacionais.

"O mundo precisa nos ajudar a preservar e desenvolver a Amazônia", disse ele, em resposta a uma pergunta sobre como equilibrar a necessidade de desenvolvimento econômico na região amazônica com a proteção da floresta.

Lula e líderes de outros países com território na extensa Amazônia devem se reunir na próxima semana na cidade brasileira de Belém para desenvolver políticas para proteger a floresta tropical, que está sendo gravemente danificada pelo desmatamento.

Será a primeira reunião dos oito membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica desde 2009.

O desmatamento na área de 60 por cento do Brasil na Amazônia caiu 33,6 por cento ano a ano de janeiro a junho, os primeiros seis meses do mandato de Lula, segundo dados oficiais.

A destruição da floresta tropical aumentou sob seu antecessor de extrema direita, Jair Bolsonaro (2019-2022), que presidiu um aumento de mais de 75% no desmatamento anual em relação à década anterior.

Lula disse que planeja trabalhar com outros líderes da bacia amazônica para "compartilhar pesquisas sobre a biodiversidade da região" e buscar maneiras de permitir que as pessoas "trabalhem sem destruir" o frágil ecossistema.

Lula, 77, que já liderou o Brasil de 2003 a 2010, também reiterou seu desejo de ajudar a forjar um acordo de paz para a Ucrânia.

Tanto a Rússia quanto a Ucrânia "estão na fase 'eu vou vencer'. Enquanto isso, as pessoas estão morrendo", disse ele.

Ele também se pronunciou a favor da expansão do grupo BRICS de economias emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Ele disse que o grupo deve discutir o convite de novos membros em sua próxima cúpula na África do Sul no final deste mês, sugerindo a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e a Argentina como possibilidades.