O presidente chinês Xi Jinping viajará para a África do Sul na próxima semana, sua segunda viagem internacional do ano
O presidente chinês Xi Jinping viajará para a África do Sul na próxima semana, sua segunda viagem internacional do ano AFP

O líder chinês Xi Jinping fará uma visita de Estado à África do Sul na próxima semana, disse o Ministério das Relações Exteriores na sexta-feira, confirmando que o presidente participará da cúpula do BRICS em Joanesburgo.

A África emergiu como um campo de batalha diplomático renovado, com o Ocidente, a Rússia e a China disputando influência em meio a uma competição acirrada por minerais e divisões internacionais fomentadas pela guerra na Ucrânia.

"A convite do presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o presidente Xi Jinping participará da 15ª Cúpula do BRICS a ser realizada em Joanesburgo, África do Sul, e fará uma visita de Estado à África do Sul de 21 a 24 de agosto", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hua Chunying disse em um comunicado online.

Esta será a segunda viagem internacional de Xi em 2023, após uma visita oficial de Estado à Rússia em março.

Os chefes de Brasil, China, Índia e África do Sul, além do principal diplomata da Rússia, se reunirão de 22 a 24 de agosto sob o tema "BRICS e África", disse a ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, no início deste mês.

Surgiram dúvidas sobre se o presidente russo, Vladimir Putin - procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por seu papel na guerra da Ucrânia - participaria da conferência BRICS deste ano na África do Sul, que é signatária do TPI.

Mas um porta-voz de Ramaphosa disse no mês passado que Putin não compareceria "por acordo mútuo".

Xi visitou anteriormente a África do Sul em 2018 enquanto buscava fortalecer os laços diplomáticos e econômicos de seu país com o continente.

Na agenda da cúpula de Joanesburgo deste ano estará a possível futura expansão do BRICS.

Vários países africanos já expressaram o desejo de ingressar no bloco, incluindo Argélia, Egito e Etiópia.

Em julho, a China recebeu o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, em Pequim, saudando seus laços com a África e pedindo uma cooperação mais estreita.

"A China saúda a intenção positiva da Argélia de ingressar no BRICS e apóia os esforços da Argélia para atingir esse objetivo", disse um comunicado conjunto divulgado na época, acrescentando que Tebboune convidou Xi para visitar a Argélia.

Um total de 69 países foram convidados para a cúpula na África do Sul, incluindo todos os estados africanos.

BRICS, um grupo vagamente definido que se vê como um contrapeso à dominação econômica ocidental, deriva seu nome de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O bloco já havia indicado que está aberto à expansão.