O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, fala durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro do Paquistão no pavilhão paquistanês na conferência sobre o clima COP27 em Sharm el-Sheikh
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, fala durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro do Paquistão no pavilhão paquistanês na conferência sobre o clima COP27 em Sharm el-Sheikh AFP

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou na segunda-feira um plano de cinco anos para construir um sistema global de alerta antecipado para eventos climáticos extremos mortais e caros, amplificados pelas mudanças climáticas.

O preço – relativamente modesto de US$ 3,1 bilhões, ou menos de 50 centavos por pessoa – é um preço pequeno a pagar por métodos comprovados que podem salvar milhares, senão milhões, de vidas, disse o chefe da ONU, Antonio Guterres, na COP27. cimeira no Egipto.

"Pedi para que todas as pessoas na Terra sejam protegidas por sistemas de alerta precoce dentro de cinco anos, com a prioridade de apoiar primeiro os mais vulneráveis", disse ele enquanto líderes mundiais se reuniam no resort de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, para os 13 -dia de conversas.

Mesmo com a multiplicação das condições climáticas extremas, metade dos países do mundo carece de sistemas avançados de alerta precoce que possam salvar vidas.

Países com infraestrutura inadequada veem, em média, oito vezes mais mortalidade por desastres do que países com medidas fortes em vigor, segundo a ONU.

Sistemas adequados de alerta precoce para inundações, secas, ondas de calor, ciclones ou outros desastres permitem um planejamento que minimiza os impactos adversos.

E funciona: o número de pessoas afetadas por desastres quase dobrou nas últimas duas décadas, mas o número de pessoas mortas ou desaparecidas caiu pela metade.

Quando o ciclone Bhola atingiu o que hoje é Bangladesh em 1970, tirou centenas de milhares de vidas, levando o país fundado no ano seguinte a investir em tecnologia de previsão do tempo, abrigos e uma rede de voluntários ao longo da costa.

Um ciclone Amphan igualmente forte chegou à terra em 2020 na mesma área, mas deixou um número de mortos de apenas 26.

"Alertas precoces salvam vidas e proporcionam grandes benefícios econômicos", disse o chefe da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, em comunicado.

"Apenas 24 horas de aviso de um evento perigoso iminente pode reduzir os danos resultantes em 30 por cento."

A Comissão Global de Adaptação descobriu que gastar apenas US$ 800 milhões em tais sistemas nos países em desenvolvimento evitaria perdas de US$ 3 bilhões a US$ 16 bilhões por ano.

Começando com redes de observação baseadas em ciência e tecnologia de previsão, uma infraestrutura completa de alerta precoce também requer recursos de resposta nacionais e comunitários, juntamente com maneiras de comunicar informações rapidamente a uma população.