Nicolas Maduro Guerra em entrevista à Reuters em Caracas
Nicolas Maduro Guerra, membro da Assembleia Nacional da Venezuela e filho do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, fala durante entrevista à Reuters, em Caracas, Venezuela, 8 de dezembro de 2022. Reuters

O governo da Venezuela e os políticos da oposição provavelmente não retomarão as negociações no México este ano, disse uma autoridade na quinta-feira, enquanto o governo aguarda o progresso de um acordo de fundos humanitários alcançado com a oposição no mês passado.

Delegados do governo e da oposição se reuniram na Cidade do México no final de novembro, após um hiato de mais de um ano, para assinar um acordo para criar um fundo administrado pelas Nações Unidas para combater a crise humanitária do país, financiado por bilhões de dólares congelados em bancos estrangeiros.

"Tudo parece indicar que este ano não voltaremos (ao México)", disse à Reuters Nicolas Maduro Guerra, filho do presidente Nicolas Maduro e um dos negociadores do governo.

"Concordamos em continuar tendo alguns contatos aqui em Caracas para nos permitir avaliar o andamento deste acordo", acrescentou.

Os partidos venezuelanos de oposição estão tentando proteger os fundos humanitários administrados pela ONU de credores estrangeiros, mantendo os detalhes de sua liberação em sigilo, disseram fontes à Reuters.

Embora o presidente Maduro tenha dito que confia que os fundos serão "em breve" liberados, a decisão cabe aos tribunais dos países que detêm os fundos.

Maduro Guerra, também legislador da Assembleia Nacional, disse que os dois lados se reuniram com a ONU para mapear como os fundos chegarão ao povo venezuelano, metade do qual vive na pobreza.

Ele disse que foi instalada uma "junta técnica" para trabalhar no fundo e, dependendo de seus resultados, o governo poderá discutir outros possíveis acordos, como nas eleições presidenciais de 2024.

Ele disse que uma das exigências do governo incluía remover o "prêmio da cabeça do presidente". Os Estados Unidos em 2020 anunciaram recompensas multimilionárias por informações que levassem à prisão ou processo de alguns venezuelanos, incluindo Maduro.

Washington vê a reeleição de Maduro em 2018 como uma fraude e no ano seguinte impôs sanções financeiras e de petróleo ao país com a intenção de derrubá-lo.