Fernando Haddad, candidato ao ministro da Economia do Brasil, assiste ao discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista coletiva no prédio do governo de transição em Brasília
O candidato ao ministro da Economia do Brasil, Fernando Haddad, observa enquanto o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fala durante uma coletiva de imprensa no prédio do governo de transição em Brasília, Brasil, 9 de dezembro de 2022. Reuters

O Ministério da Economia do Brasil rejeitou no domingo as afirmações da equipe de transição do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva de que o governo cessante estava deixando as finanças do governo "falidas".

O Ministério da Economia informou em comunicado que a dívida bruta chegará a 74% do PIB até o final do ano, com superávit primário (excluindo custos da dívida) de R$ 23,4 bilhões, o primeiro desde 2013.

"Este será o primeiro governo a terminar o seu mandato com rácios da dívida inferiores aos do início, a dívida era de 75,3% do PIB em 2018", refere o comunicado.

Na semana passada, o grupo de Planejamento e Orçamento no campo de Lula disse que o presidente Jair Bolsonaro está deixando o estado brasileiro "falido", de acordo com o ex-ministro e membro da equipe de transição Aloizio Mercadante.

O Brasil pagará às instituições financeiras internacionais US$ 1,23 bilhão no próximo ano, 20% abaixo dos US$ 1,56 bilhão devidos em 2016, informou o ministério.

O governo disse que as despesas para ajudar a parte mais vulnerável da população desde o início da pandemia do COVID-19 impediram aumentos de servidores públicos até 2021.

Apesar da negação do ministério quanto aos problemas fiscais, o senador Marcelo Castro, que lidera as negociações do projeto de lei orçamentária, disse que não há recursos disponíveis para pagar os diferentes programas do governo no próximo ano.

A equipe de transição de Lula está em negociações para aprovar um projeto de lei que permite gastos de R$ 145 bilhões acima do teto permitido legalmente.

Lula assume o cargo em 1º de janeiro. O ex-presidente esquerdista derrotou Bolsonaro por pouco no segundo turno da eleição de 30 de outubro, um retorno político que acabou com o governo mais de direita do Brasil em décadas.