Uma vista aérea mostra árvores e neblina na floresta amazônica em Manaus
Uma vista aérea mostra árvores e neblina na floresta amazônica em Manaus, Estado do Amazonas, Brasil, 26 de outubro de 2022. Reuters

As três maiores nações com florestas tropicais do mundo, Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia, lançaram formalmente na segunda-feira uma parceria para cooperar na preservação da floresta após uma década de negociações intermitentes sobre uma aliança trilateral.

A Reuters informou em agosto que Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente do Brasil no final de outubro, buscaria uma parceria com as duas outras nações líderes em florestas tropicais para pressionar o mundo rico a financiar a conservação florestal.

A rápida destruição das florestas tropicais, que através de sua densa vegetação servem como sumidouros de carbono, libera dióxido de carbono que aquece o planeta, pondo em risco as metas climáticas globais. O reflorestamento de florestas previamente desmatadas tem o benefício de remover os gases de efeito estufa que já estão na atmosfera.

Representantes dos três países, que representam 52% da floresta tropical do mundo, assinaram a declaração conjunta nas negociações na Indonésia antes do G20, ou Grupo dos 20 países industrializados, que começa na terça-feira.

"A cooperação sul-sul - Brasil, Indonésia, RDC - é muito natural", disse a ministra do Meio Ambiente da República Democrática do Congo, Eve Bazaiba, antes da assinatura.

"Temos os mesmos desafios, a mesma oportunidade de ser a solução para a mudança climática".

No acordo, a aliança dizia que os países deveriam ser pagos por reduzir o desmatamento e manter as florestas como sumidouros de carbono.

Os países também trabalharão para negociar "um novo mecanismo de financiamento sustentável" para ajudar os países em desenvolvimento a preservar sua biodiversidade, bem como aumentar o financiamento por meio do programa REDD+ das Nações Unidas para reduzir o desmatamento.

As negociações do G20 coincidem com a segunda e última semana da COP27, cúpula climática das Nações Unidas no Egito, onde a assessora ambiental de Lula, Izabella Teixeira, disse que o Brasil buscará o envolvimento de outros países da bacia amazônica, que abrange nove nações.

"As florestas são importantes, a natureza é importante. E acredito que sem a proteção da Amazônia não podemos ter segurança climática", disse Teixeira, que foi ministro do Meio Ambiente de Lula durante seu mandato anterior, que terminou em 2010.

"Acredito que o Brasil deve promover a união de outros países."

As negociações sobre a aliança para proteger a floresta tropical até agora fracassaram devido a "dificuldades institucionais", disse Teixeira.

A declaração conjunta citou uma reunião dos três países na cúpula do clima do ano passado em Glasgow, que injetou impulso nas negociações.

Eles se concretizaram nas semanas finais da presidência de direita de Jair Bolsonaro, antes de Lula assumir o cargo em 1º de janeiro.

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