Luis Fernando Camacho foi preso na quarta-feira por 'acusações de terrorismo', inclusive por um suposto papel na renúncia do presidente esquerdista Evo Morales em 2019
Luis Fernando Camacho foi preso na quarta-feira por 'acusações de terrorismo', inclusive por um suposto papel na renúncia do presidente esquerdista Evo Morales em 2019 AFP

Um juiz boliviano sentenciou na sexta-feira o principal líder da oposição, Luis Fernando Camacho, a quatro meses de prisão preventiva após sua prisão sob a acusação de "terrorismo".

O juiz Sergio Pacheco ordenou que o ex-candidato presidencial fosse mantido na prisão de segurança máxima de Chonchocoro, em La Paz.

Camacho, o governador de direita da potência econômica do país, região de Santa Cruz, foi preso na quarta-feira por "acusações de terrorismo", inclusive por um suposto papel na renúncia do presidente esquerdista Evo Morales em 2019.

A promotoria pediu na quinta-feira seis meses de detenção para Camacho, cuja prisão provocou confrontos entre manifestantes e policiais na capital regional Santa Cruz, a cidade mais populosa da Bolívia.

Camacho estava sob investigação por seu papel em greves e, às vezes, em protestos violentos em 2019, motivados pela disputada eleição de Morales para um quarto mandato.

Morales acabou renunciando sob pressão depois de perder o apoio dos militares.

Camacho negou repetidamente ter fomentado um golpe contra Morales.

Camacho, que lidera o segundo maior bloco de oposição no parlamento, ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de outubro de 2020, vencidas pelo esquerdista Luis Arce, um protegido de Morales.

A ex-presidente interina Jeanine Anez e o ex-presidente Jorge Quiroga condenaram sua prisão.

As acusações contra Camacho ecoam a prisão e julgamento de Anez, que foi detida no ano passado e condenada a 10 anos de prisão em junho por supostamente planejar a derrubada de Morales, seu antecessor.

Apoiadores do governo socialista de Arce, por sua vez, saudaram a detenção de Camacho. O procurador-geral Wilfredo Chávez, ex-ministro de Morales, declarou que "a justiça deve fazer seu trabalho".