Uma campanha russa de ataques com mísseis direcionados danificou entre 25 e 30 por cento da infraestrutura de energia da Ucrânia
Uma campanha russa de ataques com mísseis direcionados danificou entre 25 e 30 por cento da infraestrutura de energia da Ucrânia AFP

Espera-se que os Estados Unidos anunciem ajuda financeira "substancial" à Ucrânia na terça-feira para ajudá-la a lidar com os danos causados pelos ataques russos à sua infraestrutura de energia, disseram altos funcionários dos EUA.

A ajuda, que será detalhada pelo secretário de Estado Antony Blinken à margem de uma reunião da OTAN na capital romena, Bucareste, "é substancial e não é o fim", disse um alto funcionário a jornalistas na segunda-feira, falando sob condição de anonimato e sem dar mais detalhes.

No entanto, ele observou que o governo Biden orçou US$ 1,1 bilhão para gastos com energia na Ucrânia e na Moldávia.

Isso ocorre antes de uma conferência internacional de doadores de apoio à resistência civil ucraniana a ser realizada em 13 de dezembro na França, apontou ele.

Uma campanha russa de ataques com mísseis contra a infraestrutura de energia da Ucrânia danificou entre 25 e 30 por cento da rede, segundo dados citados por Kyiv.

"O que os russos têm feito é mirar nessas grandes estações de transformação. São estações de transformação de alta tensão", não apenas usinas de energia, disse o funcionário dos EUA, uma medida que visa interromper toda a rede de energia, desde a produção até a distribuição.

Os ministros das Relações Exteriores da OTAN se reunirão na terça e quarta-feira em Bucareste, onde será discutido o apoio da aliança à Ucrânia desde a invasão russa.

A Alemanha, que atualmente preside o G7, convocou uma reunião na tarde desta terça-feira à margem do encontro da OTAN para discutir a crise energética causada pela guerra na Ucrânia.

Os Estados Unidos vão apelar aos restantes países membros para que reforcem a sua ajuda nesta área, de acordo com o responsável norte-americano.

Também será uma oportunidade para destacar a "notável coesão e unidade que ainda existe entre todos os aliados" desde o início da guerra, disse a repórteres na segunda-feira a secretária de Estado adjunta para assuntos europeus e euro-asiáticos, Karen Donfried.

A Romênia, assim como a vizinha Moldávia, foi duramente atingida pela guerra, e cerca de dois milhões de pessoas que fugiram da Ucrânia passaram pelo país.

Atualmente, Bucareste abriga cerca de 80.000 refugiados, segundo dados citados por Washington.

Para além da guerra na Ucrânia, os ministros da NATO vão fazer um balanço dos progressos na adesão da Finlândia e da Suécia, já ratificada por 28 dos 30 países membros mas que continua suspensa à espera da luz verde da Turquia e da Hungria.

Eles também discutirão a crescente ameaça representada pela China. Esta discussão, iniciada na cúpula da OTAN em junho em Madri, "não é sobre a OTAN ir para a China; é refletir os desafios realmente da RPC ter vindo para a Europa", disse Donfried, citando o desafio tecnológico em particular.