O logotipo do Fundo Monetário Internacional é visto dentro da sede no final das reuniões anuais do FMI/Banco Mundial
O logotipo do Fundo Monetário Internacional é visto dentro da sede no final das reuniões anuais do FMI/Banco Mundial em Washington, EUA, em 9 de outubro de 2016. Reuters

O governo do Equador está explorando um possível novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) como parte de seus planos de financiamento para 2023, que também podem incluir emissões de títulos para os mercados internacionais, disse o ministro da Economia, Pablo Arosemena, à Reuters.

O Equador fechou um acordo de crédito de 27 meses com o FMI por US$ 6,5 bilhões em setembro de 2020, que foi renegociado pelo presidente Guillermo Lasso e termina no final deste ano.

O plano de gastos de Lasso para 2023 precisa de financiamento no valor de US$ 7,58 bilhões, que se espera que venha principalmente da emissão de dívida local e empréstimos de organizações multilaterais.

"Já começamos a falar sobre a possibilidade de ter algum tipo de nova colaboração (com o FMI) no próximo ano", disse Arosemena à Reuters em entrevista na noite de terça-feira, acrescentando que o governo do Equador analisará a forma do programa que concorda com o fundo no primeiro trimestre do próximo ano.

O governo do Equador cumpriu 26 metas quantitativas sob o atual acordo com o FMI, incluindo transparência e financiamento social, disse Arosemena.

O país ainda está esperando por um desembolso final no valor de US$ 700 milhões sob o atual acordo com o FMI, disse ele.

"Concluir com sucesso (o acordo com o FMI) nos coloca em uma posição muito boa e é isso que queremos alcançar", disse ele.

O Equador planeja emitir dívida interna no valor de US$ 3,84 bilhões em 2023, a que se seguirão títulos externos no valor de US$ 600 milhões, de acordo com um orçamento que Lasso enviou ao Congresso do país para aprovação.

O governo espera receber US$ 3,13 bilhões adicionais de organizações multilaterais.

Outras opções de financiamento abertas ao governo incluem a venda de US$ 450 milhões em ativos imobiliários em 2023, bem como outros ativos, como uma usina hidrelétrica.

O Equador não consegue diminuir o risco político no país desde junho, segundo o governo, quando protestos liderados por grupos indígenas contra as políticas econômicas de Lasso abalaram o país.

"Há certeza econômica, mas ainda temos incerteza política vinda da Assembleia Nacional e dos movimentos de protesto que se mobilizaram", disse Arosemena.