Qin Gang, o novo ministro das Relações Exteriores da China, fala em Pequim em 2013
Qin Gang, o novo ministro das Relações Exteriores da China, fala em Pequim em 2013 AFP

A China nomeou o embaixador dos EUA, Qin Gang, como seu novo ministro das Relações Exteriores na sexta-feira, informou a mídia estatal, nomeando um importante diplomata conhecido por sua fala dura contra o Ocidente.

O homem de 56 anos substitui Wang Yi, que é o rosto da diplomacia chinesa desde 2013.

Qin era o principal representante de Pequim em Washington desde o ano passado, encarregado de colocar as relações entre as duas maiores economias do mundo de volta nos trilhos.

Ele ganhou a reputação de "guerreiro lobo", apelido dado a diplomatas chineses que respondem com veemência às nações ocidentais que consideram hostis.

Ele disse que em 2020 a imagem da China no Ocidente se deteriorou porque europeus e americanos - em particular a mídia - nunca aceitaram o sistema político chinês ou sua ascensão econômica.

Qin, que fala inglês fluentemente, também aumentou a visibilidade em Washington por meio de aparições públicas e na mídia nas quais explicou a posição chinesa. Anteriormente, ele atuou como porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que planeja uma visita a Pequim no início de 2023 para aliviar as tensões, "espera continuar uma relação de trabalho produtiva com o ministro das Relações Exteriores Qin em sua nova função", disse um porta-voz do Departamento de Estado.

"Os Estados Unidos continuarão a manter linhas de comunicação abertas e administrar com responsabilidade o relacionamento EUA-RPC", disse o porta-voz, referindo-se à República Popular da China.

Originalmente da cidade de Tianjin, no nordeste do país, Qin frequentemente conviveu com o presidente Xi Jinping antes de 2018 em suas funções como chefe do departamento de protocolo do Ministério das Relações Exteriores.

Ele também atuou como vice-ministro das Relações Exteriores entre 2018 e o ano passado.

Qin já havia apresentado uma visão da China como um país que tem pouco a aprender com o Ocidente e invocou sua história como vítima durante as Guerras do Ópio do século XIX.