Incêndio em hotel em Shahr-e-Naw, Cabul
Vista de um incêndio em um hotel no bairro de Shahr-e-Naw, onde tiros também foram ouvidos em Cabul, Afeganistão, 12 de dezembro de 2022 nesta imagem estática de um vídeo de mídia social obtido pela REUTERS Reuters

A China expressou na terça-feira "choque" com o ataque com armas e bombas em um hotel no centro de Cabul, no qual cinco de seus cidadãos ficaram gravemente feridos, e mais uma vez pediu a seus cidadãos que deixassem o Afeganistão.

O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque de segunda-feira, o primeiro contra os interesses chineses no país desde que o Talibã assumiu o poder no ano passado.

"A natureza deste ataque terrorista foi abominável, o lado chinês está profundamente chocado", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, ao pedir uma investigação sobre o incidente.

A administração comandada pelo Talibã disse na segunda-feira que três agressores foram mortos pelas forças de segurança.

Mais de 30 cidadãos chineses estavam no hotel no momento do ataque, disse Yu Ming Hui, chefe do complexo comercial de China Town em Cabul e importante empresário chinês no Afeganistão, à Reuters.

"Cinco deles estão na UTI do Hospital de Emergência, cerca de 13 a 14 estão feridos superficialmente", disse, acrescentando que os demais deixaram o hotel para ficar em outro lugar.

Um guarda de segurança postado do lado de fora do hotel disse à Reuters sob condição de anonimato que o local foi fechado. "A investigação ainda está em andamento, ninguém tem permissão para entrar", disse ele.

Uma testemunha ocular em um restaurante perto do hotel disse que houve algumas batidas e prisões na área cerca de uma hora antes da primeira explosão ser ouvida.

O guarda, que estava presente na área quando a primeira explosão aconteceu, disse que os detalhes iniciais mostraram que os assaltantes conseguiram colocar explosivos dentro do hotel reservando um quarto antes do ataque.

Um porta-voz da administração comandada pelo Talibã não respondeu ao pedido de comentário sobre como o ataque ocorreu.

O Estado Islâmico em sua reivindicação também mencionou explosivos plantados anteriormente e identificou dois agressores. O grupo militante disse ter matado ou ferido 30 membros das forças de segurança e cidadãos chineses.

O Hospital de Emergência, localizado perto do hotel, disse ter recebido três cadáveres e 18 feridos, mas se recusou a identificar as vítimas por motivos de privacidade.

A administração comandada pelo Talibã tem lutado para estabilizar a situação de segurança, mesmo depois que a saída das forças estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos no ano passado encerrou duas décadas de guerra no Afeganistão.

Os radicais do Estado Islâmico lançaram vários ataques em Cabul, inclusive nas embaixadas da Rússia e do Paquistão nos últimos meses.

(Escrito por Gibran Peshimam; Edição por Raju Gopalakrishnan e Arun Koyyur)