As autoridades brasileiras estão renovando um processo criminal contra o congressista eleito George Santos, informando ao New York Times que um pedido formal será feito ao Departamento de Justiça para notificá-lo das acusações de fraude pendentes.

O republicano de Nova York deve prestar juramento na terça-feira em meio a pedidos de renúncia depois que o Times informou que Santos forjou grande parte de seu currículo, incluindo experiência profissional e educação. As transações financeiras de Santos também estão sob investigação.

De acordo com os promotores brasileiros, Santos teria feito uma compra com um talão de cheques roubado em 2008. O caso foi suspenso por quase uma década porque os promotores não conseguiram localizar Santos.

Segundo os promotores, pouco antes de completar 20 anos, Santos usou um cheque roubado para fazer quase US$ 700 em compras em uma loja de roupas em uma pequena cidade nos arredores do Rio de Janeiro.

Pouco mais de um ano depois, Santos escreveu em um aplicativo de mídia social brasileiro: "Sei que errei, mas quero pagar".

A mãe de Santos trabalhava para o dono do talão de cheques e ela e Santos disseram à polícia em 2010 que Santos passou cheques fraudulentos. Um juiz brasileiro aprovou as acusações em setembro de 2011, ordenando que Santos respondesse.

Mas Santos partiu menos de um mês depois, saindo do Brasil para os Estados Unidos.

Santos negou ter acusações criminais contra ele em qualquer lugar do mundo em entrevista ao New York Post.

"Não sou um criminoso aqui – nem aqui, nem no Brasil, nem em qualquer jurisdição do mundo", disse Santos ao Post. "Absolutamente não. Isso não aconteceu."

Santos ajudou os republicanos a obter uma estreita maioria na Câmara durante as eleições de meio de mandato de novembro, virando uma cadeira fortemente disputada e controlada pelos democratas.

Santos foi eleito para representar o 3º Distrito Congressional de Nova York em Long Island, tornando-se o primeiro republicano abertamente gay a ser eleito para a Câmara.

O Times e outros meios de comunicação relataram que Santos mentiu sobre trabalhar para o Goldman Sachs e o Citigroup e se formar no Baruch College. Ele alegou falsamente que perdeu funcionários no tiroteio do Pulse Night Club em 2016, onde 49 pessoas foram mortas e 53 feridas durante o ataque em Orlando, Flórida.

O promotor distrital do condado de Nassau anunciou uma investigação sobre Santos, enquanto os investigadores federais estão analisando um possível uso indevido de fundos durante a campanha eleitoral.