A Bolívia realizará um novo censo nacional depois, disse o presidente Luis Arce, após semanas de tumultos mortais provocados por temores de que a contagem não ocorreria antes das eleições de 2025
A Bolívia realizará um novo censo nacional depois, disse o presidente Luis Arce, após semanas de tumultos mortais provocados por temores de que a contagem não ocorreria antes das eleições de 2025 AFP

O presidente esquerdista da Bolívia, Luis Arce, disse na sexta-feira que um projeto de lei foi aprovado para realizar um censo nacional em março de 2024, após semanas de protestos mortais sobre a contagem.

"Aprovamos esta Lei do Censo para que o sangue das pessoas não seja derramado. O censo será realizado em 23 de março de 2024", disse o presidente em mensagem televisionada.

Por quase cinco semanas, o centro econômico de Santa Cruz foi abalado por temores de que um novo censo para atualizar a alocação de gastos e o número de cadeiras a que a região teria direito no parlamento não ocorreria antes das eleições de 2025.

Os protestos, que começaram no dia 22 de outubro, foram cancelados no último sábado após a aprovação do projeto de lei pela Câmara dos Deputados do país. Já passou pelo Senado e foi promulgada como lei.

Além de consolidar a data do censo, o projeto de lei promete mudanças nos gastos do governo e distribuição de vagas na assembléia legislativa antes das eleições presidenciais de 2025 no país.

O último censo da Bolívia foi realizado em 2012, com uma nova contagem marcada para novembro de 2022 adiada pelo governo, que disse não ter tempo para organizá-la.

Os protestos deixaram quatro mortos e mais de 170 feridos, e incluíram confrontos entre opositores e simpatizantes do partido governista.

O transporte foi paralisado, os mercados de varejo fechados e a tropa de choque usou gás lacrimogêneo para reprimir os distúrbios.