Cimeira de Líderes EUA-África no Centro de Convenções Walter E. Washington em Washington
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reúne com o presidente da Tunísia, Kais Saied (não na foto), durante a Cúpula de Líderes EUA-África no Centro de Convenções Walter E. Washington em Washington, DC, EUA, em 14 de dezembro de 2022. Mandel Ngan/Pool via REUTERS Reuters

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, conversou com o novo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, na terça-feira e discutiu uma viagem a Washington do recém-empossado presidente de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva.

Eles também falaram sobre a Venezuela, disseram fontes do ministério à Reuters.

No momento em que o governo Biden está relaxando algumas sanções contra a Venezuela, o novo governo brasileiro pode se tornar uma ponte com Caracas devido às boas relações de Lula com os líderes venezuelanos, disseram.

Blinken chamou Vieira para um bate-papo de 40 minutos que abordou, entre outros assuntos, cooperação em meio ambiente e comércio.

"Esperamos continuar a forte parceria entre os Estados Unidos e o Brasil em comércio, segurança, desenvolvimento sustentável, inovação e inclusão", disse Blinken no domingo pelo Twitter, parabenizando Lula pela vitória.

"Um brinde a um futuro brilhante para nossos países - e para o mundo", escreveu ele em sua mensagem.

Os dois governos estão trabalhando em uma data conveniente para a visita de Lula a Washington, mas ainda não há data definida.

Uma fonte disse que a viagem pode acontecer em fevereiro.

Lula, que derrotou por pouco seu antecessor de extrema-direita Jair Bolsonaro nas eleições de outubro, fará sua primeira viagem ao exterior de 23 a 25 de janeiro para a vizinha Argentina, uma primeira visita tradicional dos novos presidentes brasileiros. Outra viagem está prevista para Portugal em abril.

O contato com o governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro tem sido discutido com Lula antes mesmo de sua posse no domingo.

No início de dezembro, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, e o assessor do presidente Joe Biden para a América Latina, Juan Gonzalez, visitaram Lula e a Venezuela estava na agenda.

Sullivan disse a Lula que deve haver uma eleição na Venezuela que Washington considere "justa" para reconhecer o vencedor, segundo o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim, que participou do encontro.

No mês passado, Washington emitiu uma licença permitindo que a Chevron, importante petrolífera dos EUA, expandisse as operações na Venezuela e trouxesse o petróleo venezuelano para os Estados Unidos, sob a condição de um diálogo político renovado.

Bolsonaro, que trocou o Brasil pela Flórida 48 horas antes da posse de Lula, rompeu relações diplomáticas com Maduro e expulsou seu enviado em Brasília, reconhecendo o líder da oposição Juan Guaid? em vez de.

Lula restabeleceu as relações e convidou Maduro para sua posse, mas o presidente venezuelano não compareceu.